Metodologia + dados abertos

natália leão

Essa pesquisa foi orientada sob a percepção de que o momento em que vivemos, de crises múltiplas, requer atenção e produção de dados contínuas sobre o momento hostil para a imprensa brasileira, para que possa ser visibilizada e mantida no debate público a importância da garantia plena da liberdade de imprensa e da não-discriminação por gênero, raça, religião no exercício da profissão.

 

A pesquisa foi realizada por meio de um questionário online composto por 54 questões fechadas e abertas, dividida em cinco blocos. O primeiro bloco tratou do perfil das e dos entrevistados. O segundo bloco aprofundou o fenômeno da desinformação, abordando percepções e efeitos desse fenômeno na vida dos jornalistas. O terceiro bloco foi dedicado ao tema da violência online, tanto para aqueles que diretamente sofreram algum tipo de violência quanto para os que presenciaram/perceberam essa violência com colegas de profissão. Buscou-se compreender o tipo de violência sofrida, sua origem e suas consequências. O quarto bloco investigou os impactos diretos da violência no livre exercício do jornalismo. Por fim, o quinto bloco buscou compreender as experiências e percepções dos jornalistas sobre os meios de proteção e plataformas existentes para o combate e prevenção da violência política na internet.

 

O período de coleta dos dados se deu por 28 dias com disparo na manhã de 09/08/2021 e fechamento na manhã de 06/09/2021, através da plataforma Survey Monkey. O método “bola de neve” foi utilizado pela coleta online. Esta se deu primeiramente com o disparo via e-mail, com levantamento prévio de e-mails de jornalistas mulheres e LGBTs+ pelas organizações Gênero e Número e Repórteres Sem Fronteiras Brasil. Em um segundo momento, o questionário também teve sua chamada à participação repassada via Whatsapp.

 

O número total de casos coletados foi de 242 respostas, contudo, foram excluídas cinco respostas de homens cisgênero heterossexuais, pois não pertenciam ao público alvo da pesquisa. Assim, seguiu-se com 237 respostas válidas.

 

A pesquisa reuniu dados em meio ao universo da população de jornalistas de todas as regiões do Brasil, mais especificamente entre aqueles que dispõem de algum equipamento digital com acesso à internet, configurando uma amostra não probabilística com viés de conveniência.

 

Os dados coletados foram codificados para criar um banco de dados em formato .csv. Além disso, foi criado um dicionário de dados que descreve a codificação dos dados para facilitar o manuseio e utilização dos dados abertos aos interessados na pesquisa.

 

De forma complementar, foram realizadas entrevistas em profundidade com sete jornalistas que vivenciaram violência ou diferentes tentativas de censura no período dos últimos dois anos no exercício do trabalho. As entrevistas foram realizadas por uma pesquisadora-assistente, por meio da plataforma Google Meet e seguiram um mesmo roteiro, pré-definido, que dialoga com os blocos da pesquisa/survey.

Metodologia + dados abertos

Eixo 1
Desinformação

A pesquisa revela qual é a percepção de impacto da desinformação no dia a dia do trabalho de jornalistas e como associam o fenômeno ao momento político;

Eixo 2
Violência Online

Os dados levantados mostram como a violência é percebida por jornalistas quando elas ou colegas de trabalho se tornam alvo de ataques;

Eixo 3
Proteção e plataformas

Os dados apresentam como jornalistas mulheres e LGBT+ vêm tentando se proteger nas plataformas e como as plataformas/empresas têm sido acionadas e respondido às solicitações em casos de violência e ataques.